QUEIJO ARTESANAL É PROMOVIDO NA FESTA DO BOI
O
SEBRAE/RN realizou o ato “Hora do Queijo” na Festa do Boi neste domingo
último. O ato foi ao mesmo tempo uma comemoração a aprovação da lei estadual
156/2016, “do Queijo Artesanal”, e uma reinvindicação para que igual lei
nacional seja feita. A lei dispõe sobre como os queijos feitos a partir de
leite cru podem ser fabricados e vendidos no Rio Grande do Norte, legitimando a
sua produção. Caso houvesse uma lei nacional no mesmo sentido, produtores de
queijo artesanal de todo o Brasil teriam a mesma segurança que agora os do Rio
Grande do Norte têm para exercer a sua atividade.
Nesse
sentido, no congresso nacional tramita o projeto lei 2.404/2015, apresentado
pelos deputados Zé Silva (MG, Solidariedade) e Alceu Moreira (RS, PMDB), que
dispõe sobre o queijo artesanal, regularizando sua produção e venda em todo o
país. Porém, o projeto esbarra na alegada falta de estrutura física, financeira
e de pessoal para assegurar a fiscalização dos produtos – que devem estar de
acordo com normas sanitárias para garantir a saúde pública. Queijeiros de todo
o Brasil aguardam a resolução deste entrave para que a atividade que
inclusive faz parte da tradicional cultura dos estados brasileiros seja
reconhecida. Em 2011 houve em Fortaleza um simpósio sobre o assunto e nele
chegou-se a cogitar a extinção dos queijos artesanais. Espera-se, a partir
da aprovação da lei no Rio Grande do Norte, que este quadro seja revertido.
Conversamos
com o Presidente da ANORC, Marcelo Passos, sobre o tema e ele demonstrou-se
entusiasmado com a aprovação da Lei do Queijo Artesanal no Rio Grande do Norte.
“Essa lei, aprovada por unanimidade no legislativo, vai revolucionar a economia
local e beneficia diretamente cerca de 500 queijeiras do estado”. Para ele, a
lei deve ser “importada” para todos os cantos do Brasil, pois ela agrega valor
ao leite – transformado em queijo com a marca de "artesanal" – e
torna-o mais seguro à população. “Quanto mais valor agregado ao produto, maior
deverá ser a fiscalização sobre ele, e isso é positivo para os consumidores” –
explicou. Passos também comentou que a lei demorou 30 anos para sair do papel e
por isso mesmo deve ser muito comemorada, uma vez que criará emprego e renda,
dinamizando ampla cadeia produtiva no Rio Grande do Norte.
Juscelino Souza, 39, queijeiro do Seridó/RN. Foto/Daniel Melo
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